As atuais ações da administração da UnB romperam o limite do absurdo. Além de obrigar os moradores da CEU a se tornarem ilegais, após disponibilizar duas opções inviáveis de saída dos apartamentos, permitiu a invasão daqueles ainda ocupados, trocando a fechadura de apartamentos com pessoas dentro. Um chaveiro que trabalha pra instituição entrou em um dos apartamentos e ameaçou deixar uma moradora presa caso ela se negasse a sair. “Desculpe, mas estou cumprindo ordens. Você quer que eu te tranque ou vai sair?”, disse o funcionário. Esta aluna vem tentando resolver sua saída, mas a insuficiência das propostas da UnB a impede de se retirar. ( http://www.youtube.com/watch?v=RG-4VJikyrU)
Uma outra aluna tentou sair, mas enfrentou problemas com o locatário do imóvel, voltou à CEU e teve seus pertences impedidos de entrar (uma geladeira, livros para escrever monografia, TV e móveis necessários). Os seguranças que barraram a entrada não se deixaram ser filmados nem portavam identificação, tiveram uma reação agressiva, ao perceberem a filmagem (http://www.youtube.com//watch?v=dfIVwxZgJBg). A justificativa: "cumprimento de ordens superiores”, apenas.
Calouros na universidade se viram forçados a assinar um contrato de auxílio moradia, pois do contrário perderiam o benefício, que não alcança um terço do necessário para alugar um apartamento digno próximo à universidade. Muitos destes calouros se encontravam na CEU, mas por medo das coações às quais são submetidos estão deixando o prédio assim que acham qualquer lugar, até mesmo CA´s. Salientando que as aulas começaram dia 21 de março e esses calouros não receberam o auxílio moradia até agora, onde eles estariam se não fosse a Casa?
Além de não terem o conhecimento da cidade em que são “jogados” para procurar moradia, também não possuem exigências das imobiliárias; fiadores e renda. Problema suficientemente solucionado com a existência de um dos blocos funcionando enquanto a reforma ocorre em outro, servindo de recepção para alunos calouros de fora do DF, mantendo, desta forma, um porto seguro para aqueles que sofreram problemas. Temos o exemplo de uma colega que teve toda a sua casa alugada roubada duas vezes, e se não fosse a CEU não teria pra onde voltar .
Aos estudantes que não optaram por nenhum dos dois contratos, resta a perda da assistência estudantil e até o banimento da UNB (http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=5002; http://www.fac.unb.br/campusonline/mundo-academico/item/1000-casa-do-estudante-ceu-e-interditada-para-reforma ), como afirmou Eduardo Raupp em entrevista à SECOM. Aguarda os moradores que ainda residem na Casa a abertura de um processo administrativo, que pode levar o aluno à expulsão. Este é mais um exemplo do nível de coação ao qual estão submetidos os alunos no processo de transferência durante a reforma.
Foi dito que as duas propostas da administração são viáveis porque 92% dos alunos “aceitaram” a solução. Mas o que ocorre é reflexo da profunda insegurança infligida na Casa por parte do DAC e DDS para que a desocupação fosse efetivada. Eduardo Raupp e Maria Teresinha foram os atores centrais das constantes intimidações e pressões sofridas por todos. Os alunos saíram apenas porque sentiram medo de perder sua vaga na UnB se ficassem na CEU-UNB.
E mais, há a ameaça de fechamento dos blocos com tapumes de isolamento a partir do dia 16 de maio (http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=5066). Vão definitivamente impedir a entrada dos moradores na CEU. Resta saber se algo será feito pela manutenção do direito dos estudantes de baixa renda de permanecer na universidade pública com condições de prosseguimento saudável dos estudos.
Alguém em sã consciência aguenta tanta humilhação se não tem necessidade?
Seremos obrigados a dormir em colchões ao relento?
*P.S: entrevista de aluna/ex-moradora (ceu-unb) assaltada,no youtube, em breve.
Sob o título CEU-UNB: Aluna é assaltada 2 vezes no Varjão.