segunda-feira, 6 de junho de 2011

Carta Aberta Do Movimento Pela Preservação da Casa do Estudante da UnB, o FicaCEU


Dois estudantes da Casa do Estudante Universitário (CEU) da UnB foram presos no dia 3 de junho, por atear fogo em um container com lixo. O ato foi uma resposta ao arrombamento de apartamentos, violação de Direitos Humanos e coações cotidianas, relacionados à desocupação truculenta da CEU. Tal ato não ofereceu risco à integridade física de qualquer pessoa, como registrado em fotos e vídeo. A própria reitoria por meio da segurança chamou a PM para reprimir o ato político. Atualmente, por pressão do corpo discente, os estudantes David Wilkerson Silva de Almeida e Heitor Claro da Silva estão em liberdade provisória e podem ser condenados a 9 anos de prisão, pois estão respondendo a 3 acusações graves, ou seja, um ato político é criminalizado.
 Portas e louças de banheiro estavam sendo arremessadas do terceiro andar da escada de emergência do Bloco B da CEU para esse contêiner, no começo da manhã do dia 03/06/2011, por volta das 7:30,causando perturbações psicológicas e colocando em risco as pessoas que poderiam passar perto do mesmo, pois a área ao redor do contêiner não foi isolada. Com a argumentação de acelerar o processo de desocupação da CEU,os seguranças foram orientados a arrebentar com marretas os armários do segundo andar deste bloco, mesmo com pessoas residindo no mesmo. No dia 01/06 a estudante Graziele Antunes de Liz ao entrar em seu apartamento (216 B) lesionou o braço por ter se protegido de um escombro de armário que caiu sobre seu corpo.   
A Universidade de Brasília, evidentemente, não está realizando o processo de desocupação da CEU com preocupação social e respeito à dignidade humana. O ato político que culminou na prisão dos estudantes foi uma resposta desesperada às ações de violação de direitos humanos promovidas pela reitoria. O movimento não é contra a reforma da CEU, porém reivindica a permanência dos estudantes dentro do Campus Darcy Ribeiro, visto que, existem casos de vulnerabilidade de estudantes que tiveram problemas com contrato de R$ 510,00 .    
Propomos a reforma de um bloco de cada vez. A outra opção seria a disponibilização de apartamentos na Colina.  
Mais de 200 moradores aceitaram o auxílio-moradia de R$510 reais sem fiador, sem adiantamento de 8 meses de aluguel, sem cheque caução de 3 meses, sendo estas promessas da UnB não concretizadas. Os estudantes que foram encaminhados para o hotel Morato localizado na Vila-Planalto hoje estão na iminência de serem despejados pelo não pagamento do segundo mês de aluguel. Como confiar em promessas não cumpridas?
A saída do Campus Darcy Ribeiro só é necessária porque a UnB não construiu 6 novos blocos de moradia estudantil, como constava no projeto de reforma da CEU, tendo dinheiro disponível para a construção desde 2008! É um erro de planejamento da universidade que está causando prejuízos a todos os moradores da CEU, inclusive as dezenas de calouros que entraram no Programa de Moradia no semestre letivo atual e que só recentemente começaram a receber o auxílio-moradia de R$510 reais. Ficaram desamparados por mais de dois meses tendo que recorrer a clandestinidade forçada na CEU e solidadariedade dxs moradorxs, por falta de acesso a seus direitos.
Vamos apresentar nossa pauta de reivindicação, podemos mostrar e provar muito do que estamos falando: http://www.youtube.com/user/pelaautogestao.
Veja como estão nos tratando, assista como estamos discutindo e o que estamos cobrando (e que é justo cobrar) da UnB.
Terminamos com as palavras do Magnífico Reitor da UnB: “A reivindicação de direitos, como o direito de morar, nestas condições, orienta a construção social da cidadania, na medida em que as classes e grupos espoliados e oprimidos definem a sua representação, a sua participação e instauram na sociedade a dimensão geral da liberdade como expressão da liberdade fundamental de todo ser humano.”


Pontos de reivindicação imediata:


·      Abertura de mesa de negociação com o reitor;

·      Exigir a publicação dos vídeos e das fotos do acontecimento de 03/06 no site da SECOM-UnB;

·      Paralisação imediata das obras na Casa do Estudante (CEU) enquanto houver moradores/as.

·      Que sejam garantidas as condições de salubridade na CEU enquanto houver moradores/as;

·      Que seja permitido o trancamento parcial justificado de disciplinas bem como o trancamento geral justificado para as/os estudantes que se sentiram lesados pelos impactos psicossociais causados pela reforma da CEU. É importante garantir que os eventuais trancamentos não impliquem na exclusão destes do programa de assistência estudantil.  

·      Moradia transitória no Campus providenciada em duas semanas. As possibilidades propostas são (em ordem de preferência):

1.     A locação legal dos estudantes em um dos blocos CEU para que a reforma seja realizada um prédio de cada vez.
2.     Reserva de apartamentos da Colina para que sejam utilizados como moradia provisória.


·      Imediato afastamento ou transferência para outro local das/os funcionários/as: Renner (assistente social da DDS); Zé Luiz (funcionário SME), Lúcia (assistente social da DDS), “Cordeiro” (Segurança);

·      Transferência do quadro da funcionários da segurança da Casa do Estudante para outro local de trabalho;

·      Que seja mantida a bolsa de permanência e todos os benefícios sociais referentes a assistência estudantil do estudante David Wilkerson Silva Almeida.






Fica CEU






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